
Sem um pingo de sentido de humor o realizador (segundo o imdb, de nome Lúcifer Valentine, ok afinal há uma pontinha de sentido de humor) resolveu pegar numas moças, que nada tinham para fazer, e pô-las a pedir socorro, a despirem-se, a vomitarem e essas criancices, com o intuito daquilo, por um momento apenas que fosse, soa-se a realismo. Foi no que deu termos sido inundados pela reality tv e youtube. Não que esses meios por si só sejam maléficos, mas fazem muito boa gente acreditar que ao ligar-se uma câmara de filmar ela capta, às três pancadas, a realidade. Pois bem, não capta, ou se a capta é preciso ter olhinho e não chico-espertismo para a ver, filmar e mostrar. No entanto o Sr. Valentine, sabendo bem disso, usa-se dela para nos fazer crer que capta coisas reais, e tem o bom gosto de não nos dar somente imagens chocantes, salpica-as com momentos televisivos de uma menina em terrenos bucólicos (quiçá uma das moças a ser torturada) espalhando ingenuidade infantil ao longo do filme. Esperteza saloia a dele. Mas há mais… e que tal acelerar e desacelerar imagens e banda sonora? E se nos armássemos em David Lynch (até na angelical música final, em andamento inverso, convocam explicitamente o mestre!)? E se o tornasse-mos de tal forma codificado e abstracto? E não é que o fizeram! Mas, puxa vida, mais chapa 4 que este filme é difícil, pois não há aqui qualquer gesto de transgressão artística. É tudo preguiça e ego.
Afinal acabei por gastar muitas palavras com as Slaughtered Vomit Girls mas, terão que concordar comigo, foi mais pelo prazer de o espezinhar.
Bom, agora que venha o antídoto.
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