quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Ratatouille – 2007

Remy, rato do campo de paladar e olfacto apuradíssimos, arrasta, com culpas, toda a sua família para Paris, cidade de fantasias gastronómicas requintadas. Inicialmente separado dela, da família, nas bifurcações dos esgotos, acaba, com a fome e solidão, por imaginar a aparição do seu ídolo Gusteau, chef de renome mundial, que o alimentará de esperanças e sonhos. Remy sobe, dos esgotos, ao cume da cidade, quer literalmente (ok, não sobe até ao topo da Torre Eiffel, mas não deixa de ser muito bonita aquela panorâmica sobre a Paris digital, de onde ele está, assim como toda essa sequência da escalada, que inclui uma piada com duas personagens saídas, certamente, do romantismo descabelado de Godard), quer gastronomicamente. No entanto esta última parte, a verdadeira concretização do sonho, virá a custos, e só através de uma aliança formada com Luinguini, moço inadaptado, e igualmente sem família, que recolhe o lixo no já “não na berra” restaurante de Gusteau. A forma como eles lá chegam é o filme, e é razão para todos o irmos ver e rever. Pois Brad Bird, à semelhança de The Incredibles, consegue integrar, de forma simples e inteligente, a família de Remy de novo na história sem nunca abdicar da individualidade do bicho (e de todas as outras personagens), coisa que não me recordo que a Disney alguma vez tenha feito. E claro que com isto quero dizer que aqui há personagens consistentemente bem feitas, piadas excelentes e moralismo bem esculpidos à lá Disney. E o deslumbrante digital que ainda me surpreende.

Moral da história (à lá Pixar): ao contrário do conto clássico, o rato, vindo do campo, adapta-se, com sacrifícios, à cidade. E assim se dá a volta por cima dos clássicos sem, necessariamente, os renegar. Será que a Pixar está a produzir uma melhor geração de crianças que as anteriores? Nã… nã me parece. Utopicamente o futuro como nos é ensinado no cinema, e não só, é frio, cinzento, calculista e maquinal.
Lá vou eu chover no molhado. É minha opinião, como de n fulanos, que a Pixar anda a produzir dos melhores filmes da actualidade. Mais um para as contas finais, se é que as farei…

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

The Italian Machine - 1976

É sempre bom estarmos atentos ao nosso serviço público televisivo. Não é que ele de quando em vez nos prega partidas? Domingo à noite na rubrica Onda Curta, na Rtp2, passou uma curta-metragem de David Cronenberg (além doutros dois video-clips japoneses, um excelente SAI/MEGURU, MEGURU, SONO KAKU HE de Nishigori Isao, e outro curioso ASAKUSA (Wild Fellow – Don’t Cry, a Love Gun!) de Masanori Numaguchi.) Cronenberg, numa narrativa escorreita, segue a obsessão de um homem pelas motas (objecto de fascínio do próprio realizador.) Quando Lionel (Garry McKeehan) descobre que um coleccionador de arte compra uma magnífica Ducati 900, de série limitada, para apenas a exibir na sua sala de estar entra em paranóia e tudo irá fazer para a conseguir tirar de lá. Aqui está, de forma elementar, exposto um dos motivos centrais do cinema de Cronenberg: a obsessão do humano pela máquina. Como o protagonista claramente verbaliza (mais ou menos assim) “It’s insane to have that bike and not RIDE it. It doesn’t make sense!!”
É hilariante a personagem do coleccionador Mouette (aliás o filme é uma comédia) que além de coleccionar peças raras colecciona homens, Ricardo e Luke fazem parte da sua colecção. Além de coleccionar máquinas também colecciona corpos.

Aqui está um artigo, não totalmente, dedicado à curta.

Ana Paula

Não sei se sabem mas, no Brazil, esta senhora anda a apitar nos relvados…

…e nós, por cá, ainda andamos com militares.

Não admira que estejamos a importar inúmeros jogadores de outros mercados sul-americanos, que não o brasileiro. Chamós burros, chama.

The Piano – 1993

Inicialmente fechado, encaixotado, à beira-mar, escutando o som das ondas que o trouxeram de outras paragens, é aberto por George e levado para sua casa. Quando ela, Ada, toca nele desperta em George sentimentos de outrora (e de outras paragens, ele deixara a sua mulher em Inglaterra.) Depois é levado para casa do casal, fazendo com que Alisdair desenvolva receios e medos em relação à sua mulher, que até então não tivera, e, entre outras manifestações abusivas, a tente violar (é uma cena brilhante essa, de violência elidida, pois ocorre simultaneamente com a violação dos nativos ao piano.) Finalmente volta encaixotado ao mar, mais precisamente ao seu fundo, arrastando consigo Ada. A cena que se segue corresponderá ao último verso do poema e é, como o romantismo ensina, o mais forte e libertador dos versos.

Com este filme Jane Campion atingiu todos os estatutos conquistou todos os festivais e todos os prémios. É claro que este meu “todos” serve, de impreciso recurso, para melhor enaltecer O Piano. Alicerçado em quatro tocantes interpretações, os três protagonistas com excelentes performances em underacting e outra, ainda que “cute”, em justificado overacting da pequena Anna Paquin. Campion consegue, através da sua sensibilidade feminina, a proeza de sustentar ao longo de todo o filme a ideia de que isto é tão sério quanto um poema romântico, onde quem mais vacila é o homem. São eles que se descontrolam, são eles que se confrontam. É claro que Ada McGrath (Holly Hunter) é quem tem as despesas da casa, pois é sobre ela que tudo gira. Chegada à Nova Zelândia: será sobre ela que todas as mulheres passarão a cochichar, será por ela que Alisdair (Sam Neill) se casa, será por ela que George (Harvey Keitel) se apaixona, será por ela que a sua filha (Paquin) fala, e será por ela que o piano toca. E o piano aqui é sinónimo, e não mera metáfora, de coração.

Pressuponho que O Piano tenha sido erigido sobre o excerto do poema, citado no filme, de Thomas Hood, que resume bem melhor a poética do filme:

There is a silence where hath been no sound
There is a silence where no sound may be
In cold grave, under the deep deep sea

Aqui ficam os versos que o completam.

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Satsujin-ken 2 (aka The Return of the Street Fighter) - 1974

Cá está a primeira sequela do imoral Tsurugi, no entanto aqui com mais moral que no filme anterior (o grande handicap deste filme.) O dispositivo narrativo de Satsujin-ken 2 é semelhante ao primeiro: começa com Tsurugi a executar um trabalho sujo a troca de dinheiro; descobre mais tarde, apesar daqui já desconfiar, que os homens que o contratam fazem parte da máfia (aqui italiana, não yakusas – golpe de génio), o que o faz rebelar-se contra a escumalha; até surge, de novo, o seu arqui-inimigo Shikenbaru (Masashi Ishibashi, que tem um excelente rosto), voltando a confrontar-se com ele à chuva, num excelente combate. A diferença substancial entre os dois filmes, como referi, é a atenuação do misantropismo crónico de Tsurugi, que aqui exibe uma certa compaixão em relação a Kitty (Yôko Ichiji, sua sidekick) e respeito "paternal" para com Masaoka (Masafumi Suzuki). Masaoka fora o “branco” mestre de karaté que, em Street Fighter, derrotou Tsurugi mas no final do combate mostrara-lhe compreensão, pela sua raiva incontida, e confiança na protecção da rica herdeira. Nesta segunda parte, Masaoka é pedra no sapato para a organização italiana, pois começa a desconfiar do desvio de fundos que inicialmente iriam para um centro de estágio desportivo de artes marciais. Tsurugi, não querendo eliminar Masaoka, rebela-se então contra os seus contratantes (e será perseguido de novo, lá sabe ele demais sobre a tramóia.)

O negro e escabroso filme inicial dá agora lugar a um technicolor (não resplandecente) que faz com que o protagonista numa cena de sauna(!) use calções de licra às riscas brancas e vermelhas. Onde no primeiro ele roubava violentamente os beijos às protagonistas, aqui há uma cena de sexo, quase d’amor. Aqui o final é grandiloquente, uma espécie de Scarface, do de Palma, mas em vez de machine-guns e cocaína é porrada da curta e grossa. No primeiro o final até era auto-sacrificial (SPOILER IMPORTANTE! NÃO ME DIGAM QUE NÃO VOS AVISEI!!!!!!) porque Shikenbaru, na tentativa de eliminar Tsurugi, teve que perfurar com uma adaga a sua irmã – não resultou, aliás, além de perder os irmãos (o outro irmão caiu da janela no início do filme) fica sem garganta.

O problema deste filme é ter sido feito à pressa no mesmo ano que o anterior: nota-se claramente na mais curta duração do filme; nos 20/30 minutos de película sem Chiba; nos múltiplos, e longos, flashbacks que nos retornam às cenas do primeiro; e claro na história “vira o disco e toca o mesmo”. Faz isto tudo Satsujin-ken 2 fazer má figura? Em relação ao seu antecessor: sim; em relação a 83,2% de filmes de porrada: não.

Aqui está um plano que, apesar de bonito, jamais apareceria no 1º.

domingo, 26 de agosto de 2007

FCPorto 01 - 00 SportingCP

Antes de me ir deitar não podia deixar de cumprimentar os sportinguistas.

sábado, 25 de agosto de 2007

Gekitotsu! Satsujin-Ken (aka Street Fighter) – 1974

Aqui está um tremendo action movie. Shinichi “Sonny” Chiba atingiu com este filme, ou com esta série de filmes (pois há duas, outras fontes dizem três, sequelas), o estatuto icónico de action star além fronteiras. E, em boa verdade, nada deve às actions stars criadas à época nos states. Takuma Tsurugi é um caçador de recompensas na Tóquio de 1974. Rapta pessoas (além doutros delitos), sob ordens alheias, em busca de elevados dinheiros. Certo dia ele, numa proposta de rapto, descobre que os que o procuram são membros da máfia local, yakusas. Como misantropo que é (um animal não se dá bem com organizações) recusa tal serviço e submete-se a proteger a moça (herdeira duma enorme fortuna) por eles procurada, até porque a escumalha yakusa também o quer eliminar, visto ele já saber da tramóia. Tarefa difícil esta onde se meteu, pois terá que enfrentar uma espécie de Zatoichi (figura mítica da ficção popular japonesa – a meu ver esta personagem não está displicentemente inserida na intriga, pois é necessário eliminar os ícones para exacerbar o misantropismo do animal). Terá também que eliminar um arqui-inimigo que jurou vingar a morte do seu irmão e a venda da sua irmã ao mercado prostituível da cidade (tudo esforços, e consequências, dos actos de Tsurugi.)

A condução da intriga é feita de forma excitante e todas as personagens são muito boas, no entanto, inevitavelmente, quem luz aqui é Chiba, e é oiro. A sua forma de luta animalesca (que, numa excelente cena de combate, não lhe serve para derrotar o “branco” mestre de karaté) parece sem coreografia, o que leva a exterminar adversários da forma mais escabrosa possível, sem piedade – sim aqui há gore (gargantas e culhões são órgãos que lhe vêm parar à mão.)

Pode isto tudo ser visto como uma espécie de Dirty Harry, caso a personagem não usasse uma Magnum .44 e soubesse de porrada da grossa, e o filme não tivesse sido feito em Hollywood com o fundo politico-social preciso. Por estas e por outras encaixa-se Street Fighter, e bem, no baú dos exploitations, o que para muitos é local de procura de filmes excitantes e desviantes.

Agora que venham ambas (as três?) sequelas que segundo este, este e este sítio não são muito famosas, mas só pelas poses, pouco ortodoxas, e os gemidos exalados de Chiba a coisa torna-se (até ver) indispensável.

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

MOTELx convida Mick Garris (e ele aceitou!)

Li agora, nesta manhã já desperto, “Mick Garris no Festival de Terror de Lisboa” no Dn online . Bela forma de começar o dia. O festival tem o nome de MOTELx e está a tornar-se bastante aliciante, pois além de uma mini-retrospectiva Masters of Horror incluirá outros ciclos e secções que me atraem. Mais adiante falarei do meu eventual périplo pelo festival, pelas atracções de feira.
E que venha bem acompanhado.

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Masters of Horror: Homecoming – 2005; The Screwfly Solution – 2006

Joe Dante, sob a asa de Mick Garris, juntou-se ao argumentista Sam Hamm (que acredito que vá dar cartas no futuro, e que aqui adapta duas short stories) para fazer os seus dois episódios para o Masters (o primeiro, de novo, é superior ao segundo… mas tomara muitos… tomara.) Ambos os filmes são politicamente empenhados, e andam de ferrão à mostra.
No de 2005 Dante faz uma sátira feroz (será isto uma paródia?) aos avanços militares do Estados Unidos sobre o Iraque. Sob um desejo sentido de David Murch (Jon Tenney) - para ele nada mais o satisfaria se pudesse trazer de novo, à vida, os soldados mortos em combate - uma horda de zombies levanta-se dos caixões e começa a dirigir-se em direcção às urnas de voto para derrotar a administração que os colocara no Iraque, da qual faz parte David Murch (e o nome Iraque é dito no filme, portanto este é um filme do presente.) Mexendo um cordelinho ou outro (e Florida também é nomeada no filme) a administração volta a ganhar, fazendo com que uma nova horda de zombies se erga (vêm das campas de todos os cemitérios militares, Vietnam, 2ª Grande Guerra, Coreia, etc – um aparte que muito gostei, o primeiro a levantar-se desta nova horda tem o nome de Jacques Tourneur.) Essa nova horda já não vem então para votar, vem sim para angariar novos apoiantes para sua causa, e para ser um deles basta só estar morto. Matar torna-se então num gesto político (talvez ao contrário da guerra.)

The Screwfly Solution parte do princípio que um vírus anda a contaminar o género masculino fazendo com que estes se tornem violentamente misóginos. O vírus, altamente contagioso, anda então a alastrar-se pelos subúrbios, pelas cidades, pelas vilas e aldeias deixando as mulheres indefesas e encurraladas. Alan (o saudoso Jason Priestley) anda a investigar o caso até que ele se começa a alastrar para as suas zonas. Não se submetendo ao castrador químico – única maneira de, inibindo as suas pulsões sexuais, impedir o alastro de violência e mortes – Alan acabará por perseguir as mulheres da sua família. Vem-se a descobrir mais tarde que isto tudo fora um vírus disseminado por aliens de contornos femininos - um pouco semelhantes às figuras esguias do Inteligência Artificial de Spielberg - e lá nos é baralhado tudo de novo. Dante faz aqui outra sátira, mas neste caso, à masculinidade (e aqui há cenas de sexo, ao contrário de alguns outros que masculinizam as mulheres, because it’s cool, mas nada de sexo, só conversa (é piada, não se exaltem.)) Tudo isto entremeado com estática de tv, como se o vírus estivesse a atacar o nosso televisor e, consequentemente, nós.

Masters of Horror: Cigarette Burns – 2005; Pro-life – 2006

Foram estes dois filmes que John Carpenter fez para Mick Garris, cabecilha da série Masters of Horror. Ambos escritos por Drew McWeeny e Scott Swan, e certamente por isso, acabam por formar um díptico curioso. Em Cigarette Burns Kirby (Norman Reedus, uma boa revelação) é contratado por Bellinger (Udo Kier, fabuloso! de tão sinistro) para procurar um missing movie “La Fin Absolue du Monde” pagando-lhe uma quantia exorbitante por tal empresa. Como Kirby está atolado em dívidas, e juras de honra, desce ao inferno à procura dele. Contudo só o aceita fazer quando vê a relíquia que Bellinger esconde, um mutilado anjo agrilhoado na sala de estar. No filme mais recente, Pro-life, Carpenter coloca em cena uma moça, Angelique Burcell (Caitlin Wachs), que quer fazer um aborto, pois acredita que aquele “filho” é fruto de uma violação demoníaca. O seu pai, Dwayne (Ron Perlman, e será inocente este casting? Hellboy…), e os seus irmãos estão no entanto empenhados (uns mais que outros) a impedir que tal aconteça, pois acreditam que vai contra os ensinamentos de Deus. Dwayne julga até ouvir Deus. Para o fim do episódio o demónio violador aparece das profundezas para reclamar a paternidade do filho, e levá-lo consigo, matando todos aqueles que lhe façam frente.
Surge nesta dualidade a curiosidade que une os dois episódios (sendo o primeiro o melhor dos dois, talvez o melhor da série até agora): no Cigarette o mutilado anjo no final fica com as bobines do filme, que Kirby encontrara, ficando livre da maldição que o prendera à terra, ao contrário do demónio no Pro-life, que após a morte do seu filho (Angelique, fazendo jus ao seu nome, mata-o), fica para sempre ligado à terra.
Dwayne, como devoto a Deus, acaba por soltar o demónio do sub-solo para a terra; Bellinger, pouco católico que é, acaba por soltar o anjo do solo para o céu. E assim Carpenter volta, e bem, a filmar a religião.

M.I.A.

Maya Arulpragasam prá família, M.I.A. pra nós, está a lançar algumas das músicas mais estimulantes da actualidade. Eu fui daqueles que me deixei levar pelo entusiasmo do seu primeiro álbum. Aquilo foi uma autêntica chinfrineira que me deliciou e estimulou na procura de novos sons (há quem lhe chame sons bastardos, e eu curto o termo.) Continuo a achar Arular um disco, que com as suas falhas, algumas das músicas já não têm aquele freshness inicial, ainda é bastante estimulante e desorganizado (o que na minha ordem de ideias é bom.)
Por isso estou ansioso por pôr os ouvidos no novo disco dela, Kala, que se seguir o mesmo rumo (ou as mesmas explorações, como ela em entrevistas faz questão de dizer), para mim tornar-se-á obrigatório. Nem que seja para depois escavar mais um pouco na direcção de alguns nomes que a influenciaram.

Aqui ficam dois links, um com palavras, outro com vídeos dela.

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Hollywood anda-nos a enganar!

Há abalos sísmicos e há este género de abalos.
Porque é que Hollywood nos anda a enganar?... buá… buá… buá…!!!

Masters of Horror

Esta noite queria ter sonhado com as “daughters of joy” do purgatório de Takashi Miike. Alguém não mo deixou fazer (se foi alguém lá de cima ou de baixo, não sei), ou se calhar eu simplesmente não me lembro o que se passou pela minha cabeça esta noite. Mas pus-me a ver o segundo episódio de Joe Dante para a série Masters of Horror, e quem por lá aparecereu?

Pois claro está. As moças da casa da lanterna vermelha (até os mamilos delas eram encarnados, sim encarnados de muito vermelhos serem) lá me vieram fazer uma visita. Joe Dante és grande! Brevemente aqui, talvez, falarei dos dois episódios do também Mestre Dante, e do outro, um tal de Carpenter. E aviso-vos já, uns melhores que outros, são os quatro episódios obrigatórios.
Olhem, sugestão, em Espanha os dvds, da primeira temporada, até estão em promoção e com óptimos extras.

…e quando após o relato da terrível tortura Youki Kudoh, instigada pela incredulidade de Billy Drago “Tell me the truth!”, pergunta maliciosamente: “Do you really want to know?”
Goddamn!, todos os fãs de terror terão que estar em posição de genuflexão neste momento.

Ahh, claro estas experiências não seriam possíveis sem a sapiência de Mick Garris.

O Capacete Dourado

E porque o sítio de promoção deste filme me cria água na boca, e não só, promovo-o também aqui.
Parece que, pela descrição que lá têm, vamos ter um Two-Lane Blacktop à portuguesa com a Ana Moreira! E o que é que há melhor que isto?

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Manhattan Murder Mystery - 1993

É um facto, quase consensual (abençoados estes quases), que desde os inícios dos anos 90 a chama de Woody Allen começou a desvanecer. Dizem que Allen começou a optar por correr na roda dos hamsters. Posso até concordar nalguns casos e nalguns aspectos, noutros nem por isso. Continuo (ou o que resta na minha memória continua) a achar irresistíveis o Husbands and Wives, o Bullets Over Broadway, o Everyone Says I Love You, e alguns outros. Não é difícil ver que muitas vezes os temas repisam solo por ele já melhor explorado, mas não deixam de ser filmes deliciosamente sarcásticos e inteligentes à sátira a que se propõem.
Contudo Manhattan Murder Mystery é um filme em tom menor de Allen. À imagem de The Curse of the Jade Scorpion (também uma desilusão) este filme antecede-o na paródia/homenagem aos filmes noir, que são uma herança assumida de Allen, onde neste caso as mulheres são as verdadeiras detectives (não o sendo) e alimentadoras da intriga (nos filmes noir, geralmente, também eram elas a alimentar a intriga, mas no caso dos filmes de Allen a coisa é substancialmente diferente.) Larry (Woody Allen) e Ted (Alan Alda) são os homens que passivamente vão a reboque dos devaneios histéricos e descabelados de Marcia (Angelica Huston) e, essencialmente, de Carol (Diane Keaton). São até projectados em tela dois filmes noir clássicos Double Idemnity e o Lady from Shangai (este até recebe honras de ele próprio, o filme, pôr o fim à intriga.)
Típico em Allen filme bom ou menos bom (não é para ser politicamente correcto, mas acho que ele ainda não fez um mau filme) é haver pelo menos três piadas geniais (descontando os dramas que ele tão bem filmou), não em termos de enredo mas sim da sua escola de stand up comedy. É por elas (piadas) e por elas (mulheres) que vale sempre arriscarmo-nos a ver um filme de Woody Allen.

Masters of Horror: Imprint - 2006

Em 2006, na primeira temporada desta da série Masters of Horror, Takashi Miike foi convidado para rodar um filme. É claro que nestas coisas há mestres e mestres e Mestres. Miike parece pertencer, cada vez mais, à última categoria. Já afirmei, não aqui, que acho o Miike-san um dos realizadores mais livres da actualidade, e neste episódio volto a afirmá-lo. Christopher (Billy Drago que, não sendo um actor excepcional, tem um rosto que não se esquece, é sempre Aquele secundário) é o único actor americano num cast japonês. Vai ele, portanto, para uma ilha à procura de uma prostituta que em tempos conheceu, e por quem se apaixonou, e apercebe-se mais tarde que foi ter ao lugar errado, pois ela já não se encontra no purgatório, mas sim no céu. Uma prostituta (Youki Kudoh, excelente actuação), que é por ele escolhida para o servir nessa noite, vai lhe contar a sua história de vida e a da sua amiga Komono, a prostituta por ele procurada. A prostituta conta-lhe então duas versões da história da sua vida porque ela tem dupla personalidade (e esperem até ver como ela se vai manifestar), no entanto a história de Komono só tem uma versão, um só final: a morte. Christopher, encharcado em sake, vai duvidando das palavras dela, obrigando-a a contar a verdade ou, com o arrastar do tempo, as verdades.
Não vos alimentando mais com a intriga aconselho-vos a ver este filme de horror, não só pela cena da tortura que ultrapassa em muito o kiri kiri kiri kiri do Audition, mas também porque Miike sabe que especialmente nestes filmes a atmosfera tem que ser verdadeiramente tenebrosa (pois há quem não compreenda isso… Eli Roth I’m talkin’ to ya.) Passando-se, praticamente, toda a acção dentro de um compartimento (só lá não estamos no início, na chegada de barco de Christopher ao purgatório, nos múltiplos flashbacks, que se confundem com o tempo presente (aliás, entram mesmo por ele adentro), e no final (SPOILER!!), no inferno.)

Takashi Miike tá lá em cima com os Mestres (e não é de agora.)

Mais uma boa review à coisa aqui.

E eu, que tremia, a pensar que o antídoto para as Vomit Girls teria que vir sob a forma dum filme das Olson Twins. Miike devo-te mais uma.

Slaughtered Vomit Dolls – 2006

Este filme merece poucas palavras porque não há muito a dizer para além do que está no título. É um enjoativo e artístico filme gore que pretende levar aos limites a nossa paciência para com o insuportável. Quem está à procura de filmes que desafiem os limites do gore (e aqui, além de muito sangue, há vomito e dolls) pode muito bem ver isto e se calhar, reforço, se calhar até tirar algum prazer daqui. Eu como gosto mais de filmes que desafiem os limites do cinema, ou que não os desafiando não exibem tal pretensão, dispenso estes gritos histéricos.
Sem um pingo de sentido de humor o realizador (segundo o imdb, de nome Lúcifer Valentine, ok afinal há uma pontinha de sentido de humor) resolveu pegar numas moças, que nada tinham para fazer, e pô-las a pedir socorro, a despirem-se, a vomitarem e essas criancices, com o intuito daquilo, por um momento apenas que fosse, soa-se a realismo. Foi no que deu termos sido inundados pela reality tv e youtube. Não que esses meios por si só sejam maléficos, mas fazem muito boa gente acreditar que ao ligar-se uma câmara de filmar ela capta, às três pancadas, a realidade. Pois bem, não capta, ou se a capta é preciso ter olhinho e não chico-espertismo para a ver, filmar e mostrar. No entanto o Sr. Valentine, sabendo bem disso, usa-se dela para nos fazer crer que capta coisas reais, e tem o bom gosto de não nos dar somente imagens chocantes, salpica-as com momentos televisivos de uma menina em terrenos bucólicos (quiçá uma das moças a ser torturada) espalhando ingenuidade infantil ao longo do filme. Esperteza saloia a dele. Mas há mais… e que tal acelerar e desacelerar imagens e banda sonora? E se nos armássemos em David Lynch (até na angelical música final, em andamento inverso, convocam explicitamente o mestre!)? E se o tornasse-mos de tal forma codificado e abstracto? E não é que o fizeram! Mas, puxa vida, mais chapa 4 que este filme é difícil, pois não há aqui qualquer gesto de transgressão artística. É tudo preguiça e ego.
Afinal acabei por gastar muitas palavras com as Slaughtered Vomit Girls mas, terão que concordar comigo, foi mais pelo prazer de o espezinhar.

Bom, agora que venha o antídoto.

Sight & Sound

Considero a revista Sight & Sound uma das mais interessantes sobre cinema. Compro-a de quando em vez e de vez em quando, na verdade nos últimos tempos nem uma coisa nem outra. Por desatenção e burrice minha deixei passar a do mês de Agosto onde se comemorou o seu 75º aniversário da revista. Nesse número foi publicado um artigo (para os fascinados em top e listas) em que era proposto a 75 críticos de “renome internacional” que seleccionassem um filme que achem merecer bem mais reconhecimento cáquilo que tem.
Na Internet com um pouco de pesquisa nada se torna impossível de encontrar. Tornam-se, isso sim, dispensáveis estes links, mas que se lixe, pode ser que numa pesquisa sobre Sight & Sound Magazine's "75 Hidden Gems: The Great Films Time Forgot" possam vir cá visitar-me e, depois sim, serem reencaminhados para o destino desejado.

Conclusão a tirar da lista e dos filmes: muita barba tenho que fazer, muita sopa a tomar para os poder ver a todos. Só vi sete filmes dali (e só um, Stir of Echoes, não me agrada por aí além) e não acho, de todo, descabido seis deles lá figurarem, se bem que cada cabeça sua sentença. Interessante era ler as linhas dos críticos sobre aqueles filmes, mazólha aguenta-te.

Torre Bela - 1975-2007

Este fascinante documentário retrata, através de um microcosmo, os efeitos libertadores que surgiram após a revolução dos cravos. É o melhor filme que alguma vez vi sobre o 25 de Abril, neste caso, sobre alguns dos seus efeitos. Sem estar preso a qualquer progressão da narrativa de forma forçada, a não ser aquela que as imagens, encadeadas cronologicamente, nos sugerem, nem qualquer atitude panfletária, Thomas Harlan, alemão seduzido pelas convulsões revolucionais portuguesas, documentou a força popular que ocupou o Palácio do Duque de Lafões. É extraordinário ver aqueles homens e mulheres, que sentem que a revolução se fez para servir as suas causas e interesses, a lutar, em tentativas de organização, a exaltarem-se e a esmorecerem por aquela causa. É-me fascinante ver aquelas pessoas, ainda que condicionados pela câmara (sim, parece-me haver por lá poses e oportunismos), a lutar por algo que julgam estar ao seu alcance derrubando barreiras legais e de bom senso (é caricato, mas real, vermos os membros do MFA a fomentar, acredito que ingenuamente, a ocupação popular.)
Mas acima de tudo o que mais me fascina aqui é o aspecto desse Portugal, aquelas pessoas que o representam (no seu conjunto, pois cada uma delas tem a sua singularidade exposta.) Extremamente bem captado por Harlan que sabe dar voz a várias delas e, consequentemente, tornar comovente aqueles planos de multidão em que cada rosto, ainda que anónimo, é um indivíduo e não mais um número perdido na soma.
Segundo alguns artigos que li este filme tem sido um work in progress para Harlan, tendo já montado diversas Torres Belas, uma delas, a inicial, teria por volta de 4h de duração, e honestamente eu era capaz de passar até bem mais tempo com aquelas pessoas. É muito mais que um “25 of April movie” é um filme de uma época portuguesa, visto por olhos estrangeiros, é certo e por isso, bem mais lúcidos. É uma reposição no nosso circuito comercial mas pelo seu estatuto de work in progress é, por direito, uma das estreias do ano.

O blogue do João Tunes fornece-nos uma melhor, e mais esclarecida, contextualização do filme.

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Jailhouse Rock – 1957


Ontem juntei-me ao tributo do canal TCM, dedicado ao Elvis, e vi a sessão das oito enquanto jantava. Confesso que é o primeiro filme com Elvis Presley que vejo (ok, eu sei que é um crime tão grande quanto o desconhecimento quase completo dos filmes de Antonioni, de Ozu, de Rosselini, de Stroheim, de Griffith, de Mizoguchi, de Preminger, etc, mas com o tempo espero colmatar as falhas, nem que seja com betão.) É um bom filme, mais pelo prazer iconográfico da coisa que propriamente pelos qualidades cinematográficas. Não, não me entendam mal, e reforço, o filme é bom, nem que seja pelo scope a preto&branco (que não é especialmente bem aproveitado, exceptuando numa cena ou noutra.) É certo que já ia avisado ao que ia, pois o Elvis cinematográfico, segundo consta, vale apenas pelas interpretações musicais (o que já é muito.) Contudo há que realçar a prestação de Judy Tyler, a partenaire amoreux do delinquente, que morreu num acidente de viação pouco tempo após a conclusão do filme. Na pequena dissertação sobre a carreira de Elvis, que deu após o filme, o entrevistado (e desculpem-me não saber o nome do senhor) falou de um rumor, Elvis nunca chegou a ver o filme, pois ficou extremamente perturbado com o falecimento de Tyler, falou ele de um possível flirt na rodagem entre os dois. O que é que isto tem a ver com o filme propriamente dito? Pouco. Mas na verdade o filme não tem muito que se lhe diga. Mas mais vale um Elvis na mão…

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Sono

E porque o sono já é muito levo-vos sonambulamente a três sítios:
Woody sobre Bergman (via sound + vision)
Scorsese sobre Antonioni (idem)
E este (via Canta Piriquito Canta)

And then João Pestana (aka Sandman, prós camones) sings la dernier lullabye.

The Haunting - 1963

No início da minha bulimia cinéfila (que não dá sinal de abrandar) vi este The Haunting de Robert Wise. Imediatamente gostei dele. Mas nessa altura ainda não tinha desenvolvido a minha paixão pelo scope em filmes a preto&branco. Se há coisa que me faz imediatamente gostar dum filme, independentemente dele ser mau, é usarem aquele formato largo e aqueles duas cores (e os cinzentos que as separam.) É certo que voltei a rever o filme em ecrã televisivo, e portanto falta o grande teste (que estou certo só aumentará o potencial do filme), mas voltou a bater forte e feio.
A Robert Wise nunca foi dado grandes méritos, costumam-no colocar depreciativamente no saco dos tarefeiros (poderão até estar certos pois não vi a maior parte dos seus filmes), mas méritos certamente terá, pois não é qualquer um que sabe tirar tão bom partido de um scope como ele o fez neste filme. Os picados, picadíssimos, e os contra-picados, picadíssimos também, mostra que as experimentações de Orson Welles lhe fizeram efeito(s). Especialmente aqueles planos memoráveis do interior da mansão dos magníficos Ambersons, e claro a mansão de Charles Foster Kane.
Para mim, Wise merece um digno destaque, para o bem e para o mal (foi ele o moço que teve de mutilar a segunda obra de Welles, filmando um horrível happy end, a mando da produtora RKO), pois soube juntar neste filme os ensinamentos de Welles com os mandamentos do produtor de horror Val Lewton (a sua primeira longa metragem foi The Curse of the Cat People, que nunca vi, continuação do genial Cat People de Jacques Tourneur.)
Só por este filme Wise merece destaque?, perguntam-me vós. Não!, vos respondo, o que é que ele fez dois anos depois?

A casa de ângulos estranhos (e daí o uso daqueles ângulos de câmara), que fazem as portas fechar sozinhas, e se vai endireitando para a perturbada protagonista (excelente Julie Harris, aliás excelente elenco) tem dois artigos que me parecem interessantes aqui pela net (ainda não li nenhum.) Este, que logo pela citação inicial de Wise deve ser de fãzérrimo, e este cheio de info.
Será que vale a pena falar do remake de 1999? Não o vi. Verá a pena vê-lo? Pois têm razão, ela anda por lá…

…não necessariamente assim, mas anda por lá.

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Polónia

Na minha peregrinação a Roma, em ano de jubileu, algo de extraordinário ocorreu: descobri que na Polónia há Natureza em abundância. Não só porque o Papa João Paulo II, Karol Józef Wojtila, então em funções, se mantinha estoicamente em pé, mas essencialmente porque na entrada do Palácio Apostólico, local onde se refugiam outras divindades, entre as quais a Capela Sistina, encontrei as mais belas moças daquela viagem. Eram polacas. Constato então de novo (quando tenho algum tempo livre constato sempre coisas muito pertinentes) que aquilo não foi obra do acaso (divina, certamente, mas do acaso nunca.) Há de facto muita natureza para aqueles lados.

Proponho ao Sr. Roger Corman que (oiça-me bem Sr. Corman, isto é genial) faça um remake do seu The Saga of the Viking Women and Their Voyage to the Waters of the Great Sea Serpent, mas em vez de moças americanas a fazerem de escandinavas leve algumas polacas ao estrelato. Aqui tem as fotos de um cast ideal.

É claro que pode sempre fazer um filme partindo deste título The Wonderful Adventure of the Fighting Jogging Girls. Porra, não pode falhar, é dinheirinho na caixa pela certa. Pelo menos os meus 20€ teria (sim iria ver o filme umas 4 vezes, mínimo.)

Ou então um Persona, mas menos bergmaniano e mais meyeriano (de Russ Meyer, se é que me faço entender.) Não que se possa fazer um filme superior a esse, mas menos rentável não seria.

Pronto… chega de heresias. Que me perdoem todos aqueles que de nome invoquei, pois não merecem estar neste post. Todos os nomes que invoquei e que invocarei já de seguida, pois elas também nada de mal fizeram para aqui estarem. E elas são: Ewa Sonnet (que é estrela pop no seu país, estrela pop! vejam só... e nós aqui aguentamo-nos com a Ruth Marlene), Bea Flora, Ines Cudna, Aneta Buena e Anna Jota. E há mais!... mas se as colocasse aqui seria, na altura devida, julgado por gula.

Agora façam o vosso trabalho e pesquisem-nas na net. Elas não passam despercebidas.

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Hambur- gers

E que tal se as cadeias fabricadoras de hambúrgueres pusessem os olhos neste filme?

The Undertaker and his Pals – 1966


Em 1963 Herschell Gordon Lewis abriu-nos as portas ao maravilhoso mundo gore. Mas, como todos sabemos, quem abre uma porta geralmente traz consigo uma aragem, caca nos sapatos, companhias indesejáveis, etc. Quero com isto dizer que os pioneiros distraidamente trazem sempre algo com eles quando descobrem/inventam alguma coisa. Ora bem, depois do festim de sangue de Lewis vieram outros moços brincar às casinhas. E serão sempre bem vindos, no que a mim diz respeito. T.L.P. Swicegood pôs mãos à obra (e no picador de carne também) e serviu-nos de bandeja este seu The undertaker and his pals. E isto faz rir.


Três motociclistas, um deles é o undertaker, andam a chacinar moças pela cidade para assim sustentarem os seus negócios, o funerário e o alimentar (sim, os outros dois têm um restaurante, e lá servem as mais preciosas iguarias.) É isto basicamente e o suficiente, que o resto é palha. Minto. Falta a piéce de resistance que é o final, em que musicalmente todos ressuscitam para nos agradecer. Simpáticos.


Parece que aqui conseguem entrar todos os belos adjectivos que podem vir acoplados a um filme, foleiro, kitsch, baratuxo, etc. Esperem grandes questões ideológicas, diálogos metafísicos, épicos combates, mas esperem sentados e se este for o primeiro de uma sessão dupla com um outro qualquer filme (não importa qual) mais decente. É uma maravilha é o que vos digo. E com moças bem giras. (0.1/10)


Não ficaram contentes?... para outro sítio mais esclarecido?
Ahh, há um trailer no youtube.