quarta-feira, 15 de agosto de 2007

The Haunting - 1963

No início da minha bulimia cinéfila (que não dá sinal de abrandar) vi este The Haunting de Robert Wise. Imediatamente gostei dele. Mas nessa altura ainda não tinha desenvolvido a minha paixão pelo scope em filmes a preto&branco. Se há coisa que me faz imediatamente gostar dum filme, independentemente dele ser mau, é usarem aquele formato largo e aqueles duas cores (e os cinzentos que as separam.) É certo que voltei a rever o filme em ecrã televisivo, e portanto falta o grande teste (que estou certo só aumentará o potencial do filme), mas voltou a bater forte e feio.
A Robert Wise nunca foi dado grandes méritos, costumam-no colocar depreciativamente no saco dos tarefeiros (poderão até estar certos pois não vi a maior parte dos seus filmes), mas méritos certamente terá, pois não é qualquer um que sabe tirar tão bom partido de um scope como ele o fez neste filme. Os picados, picadíssimos, e os contra-picados, picadíssimos também, mostra que as experimentações de Orson Welles lhe fizeram efeito(s). Especialmente aqueles planos memoráveis do interior da mansão dos magníficos Ambersons, e claro a mansão de Charles Foster Kane.
Para mim, Wise merece um digno destaque, para o bem e para o mal (foi ele o moço que teve de mutilar a segunda obra de Welles, filmando um horrível happy end, a mando da produtora RKO), pois soube juntar neste filme os ensinamentos de Welles com os mandamentos do produtor de horror Val Lewton (a sua primeira longa metragem foi The Curse of the Cat People, que nunca vi, continuação do genial Cat People de Jacques Tourneur.)
Só por este filme Wise merece destaque?, perguntam-me vós. Não!, vos respondo, o que é que ele fez dois anos depois?

A casa de ângulos estranhos (e daí o uso daqueles ângulos de câmara), que fazem as portas fechar sozinhas, e se vai endireitando para a perturbada protagonista (excelente Julie Harris, aliás excelente elenco) tem dois artigos que me parecem interessantes aqui pela net (ainda não li nenhum.) Este, que logo pela citação inicial de Wise deve ser de fãzérrimo, e este cheio de info.
Será que vale a pena falar do remake de 1999? Não o vi. Verá a pena vê-lo? Pois têm razão, ela anda por lá…

…não necessariamente assim, mas anda por lá.

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