Remy, rato do campo de paladar e olfacto apuradíssimos, arrasta, com culpas, toda a sua família para Paris, cidade de fantasias gastronómicas requintadas. Inicialmente separado dela, da família, nas bifurcações dos esgotos, acaba, com a fome e solidão, por imaginar a aparição do seu ídolo Gusteau, chef de renome mundial, que o alimentará de esperanças e sonhos. Remy sobe, dos esgotos, ao cume da cidade, quer literalmente (ok, não sobe até ao topo da Torre Eiffel, mas não deixa de ser muito bonita aquela panorâmica sobre a Paris digital, de onde ele está, assim como toda essa sequência da escalada, que inclui uma piada com duas personagens saídas, certamente, do romantismo descabelado de Godard), quer gastronomicamente. No entanto esta última parte, a verdadeira concretização do sonho, virá a custos, e só através de uma aliança formada com Luinguini, moço inadaptado, e igualmente sem família, que recolhe o lixo no já “não na berra” restaurante de Gusteau. A forma como eles lá chegam é o filme, e é razão para todos o irmos ver e rever. Pois Brad Bird, à semelhança de The Incredibles, consegue integrar, de forma simples e inteligente, a família de Remy de novo na história sem nunca abdicar da individualidade do bicho (e de todas as outras personagens), coisa que não me recordo que a Disney alguma vez tenha feito. E claro que com isto quero dizer que aqui há personagens consistentemente bem feitas, piadas excelentes e moralismo bem esculpidos à lá Disney. E o deslumbrante digital que ainda me surpreende.Moral da história (à lá Pixar): ao contrário do conto clássico, o rato, vindo do campo, adapta-se, com sacrifícios, à cidade. E assim se dá a volta por cima dos clássicos sem, necessariamente, os renegar. Será que a Pixar está a produzir uma melhor geração de crianças que as anteriores? Nã… nã me parece. Utopicamente o futuro como nos é ensinado no cinema, e não só, é frio, cinzento, calculista e maquinal.
Lá vou eu chover no molhado. É minha opinião, como de n fulanos, que a Pixar anda a produzir dos melhores filmes da actualidade. Mais um para as contas finais, se é que as farei…_large.jpg)
…e nós, por cá, ainda andamos com militares.


O negro e escabroso filme inicial dá agora lugar a um technicolor (não resplandecente) que faz com que o protagonista numa cena de sauna(!) use calções de licra às riscas brancas e vermelhas. Onde no primeiro ele roubava violentamente os beijos às protagonistas, aqui há uma cena de sexo, quase d’amor. Aqui o final é grandiloquente, uma espécie de Scarface, do de Palma, mas em vez de machine-guns e cocaína é porrada da curta e grossa. No primeiro o final até era auto-sacrificial (SPOILER IMPORTANTE! NÃO ME DIGAM QUE NÃO VOS AVISEI!!!!!!) porque Shikenbaru, na tentativa de eliminar Tsurugi, teve que perfurar com uma adaga a sua irmã – não resultou, aliás, além de perder os irmãos (o outro irmão caiu da janela no início do filme) fica sem garganta.
Aqui está um plano que, apesar de bonito, jamais apareceria no 1º.

A condução da intriga é feita de forma excitante e todas as personagens são muito boas, no entanto, inevitavelmente, quem luz aqui é Chiba, e é oiro. A sua forma de luta animalesca (que, numa excelente cena de combate, não lhe serve para derrotar o “branco” mestre de karaté) parece sem coreografia, o que leva a exterminar adversários da forma mais escabrosa possível, sem piedade – sim aqui há gore (gargantas e culhões são órgãos que lhe vêm parar à mão.)
Pode isto tudo ser visto como uma espécie de Dirty Harry, caso a personagem não usasse uma Magnum .44 e soubesse de porrada da grossa, e o filme não tivesse sido feito em Hollywood com o fundo politico-social preciso. Por estas e por outras encaixa-se Street Fighter, e bem, no baú dos exploitations, o que para muitos é local de procura de filmes excitantes e desviantes.
Agora que venham ambas (as três?) sequelas que segundo 









Pois claro está. As moças da casa da lanterna vermelha (até os mamilos delas eram encarnados, sim encarnados de muito vermelhos serem) lá me vieram fazer uma visita. Joe Dante és grande! Brevemente aqui, talvez, falarei dos dois episódios do também Mestre Dante, e do outro, um tal de Carpenter. E aviso-vos já, uns melhores que outros, são os quatro episódios obrigatórios.








A casa de ângulos estranhos (e daí o uso daqueles ângulos de câmara), que fazem as portas fechar sozinhas, e se vai endireitando para a perturbada protagonista (excelente Julie Harris, aliás excelente elenco) tem dois artigos que me parecem interessantes aqui pela net (ainda não li nenhum.)
Será que vale a pena falar do remake de 1999? Não o vi. Verá a pena vê-lo? Pois têm razão, ela anda por lá… 












