quarta-feira, 26 de setembro de 2007

The mask of Fu Manchu – 1932

Glorioso filme de aventuras de Charles Brabin. Inserido naquela época de serials (filmes curtos de aventuras exóticas, sci-fi ou outras coisas que tais), e apesar de não o ser totalmente, este destaca-se como um dos melhores.
Uma mão cheia de exploradores ingleses descobre, algures no oriente, o túmulo de Genghis Khan. Uma comitiva, que ainda permanecia em Inglaterra, parte imediatamente para lá para saquear os artefactos que descansam no seu interior, a famosa máscara e espada de Khan, na tentativa dos exporem nos seus museus. Contudo o temível Fu Manchu também anda atrás das relíquias, com o intuito de, através delas, ressuscitar o espírito guerreiro do magnífico Genghis Khan e conduzir uma interminável horda de amarelos chineses sobre as fracas nações brancas ocidentais. É claro que nestes tempos, nestes filmes, estas temáticas continham sempre intragáveis conotações racistas (até por lá andam pretos a fazerem-se de imóveis sentinelas imponentes… no fim acaba tudo em carne para canhão, claro está.) Mas tudo é facilmente ultrapassável, pois tudo é caricatura, tudo é papelão, tudo é pseudo-exótico, tudo é ingénuo.

Boris Karloff (encarnando, pela única vez, o diabólico Doutor Fu Manchu) é soberano como vilão. Myrna Loy (Fah Lo See, filha do Doutor) é exótica q.b. Os ingleses encarnam outros papéis-chapa-4, muito saudáveis neste género (o canastrão, a loira em apuros, o arqueólogo ambicioso, etc.) Os cenários são de papelão (Hollywood no seu melhor): grutas, maquinaria de tortura e científica que só visto, o túmulo de Genghis Khan, o palacete de Fu Manchu, o oriente no geral, é tudo fantástico. Animais exóticos aos molhos: crocodilos, serpentes, tarântulas, salamandras. Muito explode a nossa imaginação ao ver aquilo. E, como se sabe, muito explodiu na imaginação de jovens miúdos de então, e futuros cineastas, tais como Fuller, Spielberg, Lucas, Dante, Corman. Quase que aposto que todos devem, ainda hoje, no céu ou na terra, estar agradecidos ao senhor da bilheteira, que vendou os olhos e fez ouvidos moucos, quando os deixou assistir ao The Mask Of Fu Manchu numa qualquer matinée.

Sem comentários: