sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Zidane, un portrait du 21e siècle – 2005

Este é um dos filmes mais singulares a estrear cá na Lusitânia. E devo dizer que gostei muito da experiência. É daqueles filmes que divide o povo. Uns dizem que não é cinema outros dizem aos outros para irem lavar o chulé dos pés… Não pretendo entrar nessa discussão, pois nunca me ensinaram os limites do que quer que seja, só sei os limites do meu corpo (e é quando é membro não está erecto senão tenho de usar binóculos, outro dirão que é microscópio…) E como o nome do meu blogue é sem critério logo posso já lavar as mãos (apesar de na nota introdutória falar em “mais um blogue de cinema”).
Prosseguindo…
Achei Zidane um filme estupendo (ok, sou fãzérrimo de Zidane, tão bom quanto ele só conheci o Van Basten, os outros génios são imagens de arquivo, que a mim, de certa forma, os dissocia do futebol como jogo). 17 câmaras apontadas a Zinedine Zidane acompanham-no durante um jogo, do seu então Real Madrid, contra o Villareal, captando os seus movimentos, a sua respiração, as hesitações, etc. Parece até que Zidane não está num jogo de futebol. Douglas Gordon e Philippe Parreno são os homens responsáveis por este exercício abstracto sobre o homem, Zidane, e sobre o jogo de futebol. Douglas Gordon, aliás, parece que já tinha explorado esta ideia num outro projecto seu, acompanhando um maestro “só” perante a banda. E segundo consta num comentário no imdb uma experiência semelhante já teria sido feita com George Best, outro jogador da bola (ao leme do projecto estariam outras pessoas, e teriam menos meios, certamente). Desconheço um e outro, portanto esta experiência é nova para mim. Zidane é o maestro, perante a banda de desafinados (que foram os auto-nomeados inter-galácticos), só e angustiado (ou será concentrado?) deixa-nos no final a sós, dentro do relvado, após a sua expulsão.

Sem comentários: