domingo, 11 de novembro de 2007

Highwaymen – 2003

Robert Harmon nunca me convenceu cabalmente. The Hitcher é de facto um bom filme mas percebe-se o porquê de nunca ter rebentado para além do culto que o encerra. Em Highwaymen é clara a tentativa de Harmon voltar ao território em que foi feliz, ou pelo menos que lhe deu reconhecimento. Ou seja aqui há suspense e carros. Desmembrando o filme nessas duas vertentes: o suspense nas sequências com carros é muito bom (talvez a única coisa boa do filme); o suspense sem carros é tanga (isto para nem falar da suposta tragédia que é a vida daquelas personagens, que é tanga XXL). Tudo o que nos é dado, para além das sequências com os carros, é um completo inventário de ideias feitas (sem um rasgo de sentido de humor): diálogos irritantes que vão abolindo o nosso sentido de intuição; flashbacks risíveis (alguns a preto e branco, outros em câmara lenta, outros em câmara rápida, é ao gosto do freguês); actuações mortiças, não há espaço para o humor, puxa!, afinal são todas personagens traumatizadas; tudo sob o mais chato de todos os defeitos, os planos meticulosamente estudados que nos dão constantemente o sentido da sua encenação (eu ainda sou daqueles que acredita nas palavras de Wes Craven, apesar de o próprio, na prática, já se ter contrariado, um realizador de terror tem de fazer passar a sensação de que é louco). Ahhhh… e o vilão? Quando ainda é só o carro tudo bem, mas quando o homem sai de lá de dentro é inevitável o seu aspecto fragilizar a ameaça que o filme quer manter até ao fim e só nos lembramos da imponência de John Ryder (o sempre espantoso Rutger Hauer) em The Hitcher (ok, a ideia de Harmon foi mesmo essa, a de nos dar esse contraste da carcaça frágil daquele homem sem o carro, percebo… mas…) Portanto, do filme guardarei na memória (pelo menos até às 14:22 de amanhã) as, pelo menos, três excelentes sequências de perseguição. São o único mimo num filme sem eira nem beira.

1 comentário:

The movie_man disse...

Por acaso, nunca te tinha falado deste filme. Já o vi há um bom tempo. E sim, é um filme medíocre em que Harmon tenta regressar aos tempos de The Hitcher, mas sem nunca conseguir, porque Colm Feore não é nenhum Rurger Hauer e porque, caramba, isto falha em tudo!!! Menos nas perseguições, verdade. Essas estão muito bem conseguidas.