Mas acima de tudo o que mais me fascina aqui é o aspecto desse Portugal, aquelas pessoas que o representam (no seu conjunto, pois cada uma delas tem a sua singularidade exposta.) Extremamente bem captado por Harlan que sabe dar voz a várias delas e, consequentemente, tornar comovente aqueles planos de multidão em que cada rosto, ainda que anónimo, é um indivíduo e não mais um número perdido na soma.
Segundo alguns artigos que li este filme tem sido um work in progress para Harlan, tendo já montado diversas Torres Belas, uma delas, a inicial, teria por volta de 4h de duração, e honestamente eu era capaz de passar até bem mais tempo com aquelas pessoas. É muito mais que um “25 of April movie” é um filme de uma época portuguesa, visto por olhos estrangeiros, é certo e por isso, bem mais lúcidos. É uma reposição no nosso circuito comercial mas pelo seu estatuto de work in progress é, por direito, uma das estreias do ano.
O blogue do João Tunes fornece-nos uma melhor, e mais esclarecida, contextualização do filme.
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