Moral da história (à lá Pixar): ao contrário do conto clássico, o rato, vindo do campo, adapta-se, com sacrifícios, à cidade. E assim se dá a volta por cima dos clássicos sem, necessariamente, os renegar. Será que a Pixar está a produzir uma melhor geração de crianças que as anteriores? Nã… nã me parece. Utopicamente o futuro como nos é ensinado no cinema, e não só, é frio, cinzento, calculista e maquinal.
quinta-feira, 30 de agosto de 2007
Ratatouille – 2007
Moral da história (à lá Pixar): ao contrário do conto clássico, o rato, vindo do campo, adapta-se, com sacrifícios, à cidade. E assim se dá a volta por cima dos clássicos sem, necessariamente, os renegar. Será que a Pixar está a produzir uma melhor geração de crianças que as anteriores? Nã… nã me parece. Utopicamente o futuro como nos é ensinado no cinema, e não só, é frio, cinzento, calculista e maquinal.
quarta-feira, 29 de agosto de 2007
The Italian Machine - 1976
É hilariante a personagem do coleccionador Mouette (aliás o filme é uma comédia) que além de coleccionar peças raras colecciona homens, Ricardo e Luke fazem parte da sua colecção. Além de coleccionar máquinas também colecciona corpos.
Aqui está um artigo, não totalmente, dedicado à curta.
Ana Paula
…e nós, por cá, ainda andamos com militares.
Não admira que estejamos a importar inúmeros jogadores de outros mercados sul-americanos, que não o brasileiro. Chamós burros, chama.
The Piano – 1993
There is a silence where hath been no sound
There is a silence where no sound may be
In cold grave, under the deep deep sea
segunda-feira, 27 de agosto de 2007
Satsujin-ken 2 (aka The Return of the Street Fighter) - 1974
domingo, 26 de agosto de 2007
FCPorto 01 - 00 SportingCP
sábado, 25 de agosto de 2007
Gekitotsu! Satsujin-Ken (aka Street Fighter) – 1974
A condução da intriga é feita de forma excitante e todas as personagens são muito boas, no entanto, inevitavelmente, quem luz aqui é Chiba, e é oiro. A sua forma de luta animalesca (que, numa excelente cena de combate, não lhe serve para derrotar o “branco” mestre de karaté) parece sem coreografia, o que leva a exterminar adversários da forma mais escabrosa possível, sem piedade – sim aqui há gore (gargantas e culhões são órgãos que lhe vêm parar à mão.)
Pode isto tudo ser visto como uma espécie de Dirty Harry, caso a personagem não usasse uma Magnum .44 e soubesse de porrada da grossa, e o filme não tivesse sido feito em Hollywood com o fundo politico-social preciso. Por estas e por outras encaixa-se Street Fighter, e bem, no baú dos exploitations, o que para muitos é local de procura de filmes excitantes e desviantes.
Agora que venham ambas (as três?) sequelas que segundo este, este e este sítio não são muito famosas, mas só pelas poses, pouco ortodoxas, e os gemidos exalados de Chiba a coisa torna-se (até ver) indispensável.
sexta-feira, 24 de agosto de 2007
MOTELx convida Mick Garris (e ele aceitou!)
quinta-feira, 23 de agosto de 2007
Masters of Horror: Homecoming – 2005; The Screwfly Solution – 2006
No de 2005 Dante faz uma sátira feroz (será isto uma paródia?) aos avanços militares do Estados Unidos sobre o Iraque. Sob um desejo sentido de David Murch (Jon Tenney) - para ele nada mais o satisfaria se pudesse trazer de novo, à vida, os soldados mortos em combate - uma horda de zombies levanta-se dos caixões e começa a dirigir-se em direcção às urnas de voto para derrotar a administração que os colocara no Iraque, da qual faz parte David Murch (e o nome Iraque é dito no filme, portanto este é um filme do presente.) Mexendo um cordelinho ou outro (e Florida também é nomeada no filme) a administração volta a ganhar, fazendo com que uma nova horda de zombies se erga (vêm das campas de todos os cemitérios militares, Vietnam, 2ª Grande Guerra, Coreia, etc – um aparte que muito gostei, o primeiro a levantar-se desta nova horda tem o nome de Jacques Tourneur.) Essa nova horda já não vem então para votar, vem sim para angariar novos apoiantes para sua causa, e para ser um deles basta só estar morto. Matar torna-se então num gesto político (talvez ao contrário da guerra.)
The Screwfly Solution parte do princípio que um vírus anda a contaminar o género masculino fazendo com que estes se tornem violentamente misóginos. O vírus, altamente contagioso, anda então a alastrar-se pelos subúrbios, pelas cidades, pelas vilas e aldeias deixando as mulheres indefesas e encurraladas. Alan (o saudoso Jason Priestley) anda a investigar o caso até que ele se começa a alastrar para as suas zonas. Não se submetendo ao castrador químico – única maneira de, inibindo as suas pulsões sexuais, impedir o alastro de violência e mortes – Alan acabará por perseguir as mulheres da sua família. Vem-se a descobrir mais tarde que isto tudo fora um vírus disseminado por aliens de contornos femininos - um pouco semelhantes às figuras esguias do Inteligência Artificial de Spielberg - e lá nos é baralhado tudo de novo. Dante faz aqui outra sátira, mas neste caso, à masculinidade (e aqui há cenas de sexo, ao contrário de alguns outros que masculinizam as mulheres, because it’s cool, mas nada de sexo, só conversa (é piada, não se exaltem.)) Tudo isto entremeado com estática de tv, como se o vírus estivesse a atacar o nosso televisor e, consequentemente, nós.
Masters of Horror: Cigarette Burns – 2005; Pro-life – 2006
Surge nesta dualidade a curiosidade que une os dois episódios (sendo o primeiro o melhor dos dois, talvez o melhor da série até agora): no Cigarette o mutilado anjo no final fica com as bobines do filme, que Kirby encontrara, ficando livre da maldição que o prendera à terra, ao contrário do demónio no Pro-life, que após a morte do seu filho (Angelique, fazendo jus ao seu nome, mata-o), fica para sempre ligado à terra.
Dwayne, como devoto a Deus, acaba por soltar o demónio do sub-solo para a terra; Bellinger, pouco católico que é, acaba por soltar o anjo do solo para o céu. E assim Carpenter volta, e bem, a filmar a religião.
M.I.A.
Por isso estou ansioso por pôr os ouvidos no novo disco dela, Kala, que se seguir o mesmo rumo (ou as mesmas explorações, como ela em entrevistas faz questão de dizer), para mim tornar-se-á obrigatório. Nem que seja para depois escavar mais um pouco na direcção de alguns nomes que a influenciaram.
quarta-feira, 22 de agosto de 2007
Hollywood anda-nos a enganar!
Masters of Horror
Pois claro está. As moças da casa da lanterna vermelha (até os mamilos delas eram encarnados, sim encarnados de muito vermelhos serem) lá me vieram fazer uma visita. Joe Dante és grande! Brevemente aqui, talvez, falarei dos dois episódios do também Mestre Dante, e do outro, um tal de Carpenter. E aviso-vos já, uns melhores que outros, são os quatro episódios obrigatórios.
Olhem, sugestão, em Espanha os dvds, da primeira temporada, até estão em promoção e com óptimos extras.
…e quando após o relato da terrível tortura Youki Kudoh, instigada pela incredulidade de Billy Drago “Tell me the truth!”, pergunta maliciosamente: “Do you really want to know?”
Goddamn!, todos os fãs de terror terão que estar em posição de genuflexão neste momento.
Ahh, claro estas experiências não seriam possíveis sem a sapiência de Mick Garris.
O Capacete Dourado
terça-feira, 21 de agosto de 2007
Manhattan Murder Mystery - 1993
Contudo Manhattan Murder Mystery é um filme em tom menor de Allen. À imagem de The Curse of the Jade Scorpion (também uma desilusão) este filme antecede-o na paródia/homenagem aos filmes noir, que são uma herança assumida de Allen, onde neste caso as mulheres são as verdadeiras detectives (não o sendo) e alimentadoras da intriga (nos filmes noir, geralmente, também eram elas a alimentar a intriga, mas no caso dos filmes de Allen a coisa é substancialmente diferente.) Larry (Woody Allen) e Ted (Alan Alda) são os homens que passivamente vão a reboque dos devaneios histéricos e descabelados de Marcia (Angelica Huston) e, essencialmente, de Carol (Diane Keaton). São até projectados em tela dois filmes noir clássicos Double Idemnity e o Lady from Shangai (este até recebe honras de ele próprio, o filme, pôr o fim à intriga.)
Típico em Allen filme bom ou menos bom (não é para ser politicamente correcto, mas acho que ele ainda não fez um mau filme) é haver pelo menos três piadas geniais (descontando os dramas que ele tão bem filmou), não em termos de enredo mas sim da sua escola de stand up comedy. É por elas (piadas) e por elas (mulheres) que vale sempre arriscarmo-nos a ver um filme de Woody Allen.
Masters of Horror: Imprint - 2006
Não vos alimentando mais com a intriga aconselho-vos a ver este filme de horror, não só pela cena da tortura que ultrapassa em muito o kiri kiri kiri kiri do Audition, mas também porque Miike sabe que especialmente nestes filmes a atmosfera tem que ser verdadeiramente tenebrosa (pois há quem não compreenda isso… Eli Roth I’m talkin’ to ya.) Passando-se, praticamente, toda a acção dentro de um compartimento (só lá não estamos no início, na chegada de barco de Christopher ao purgatório, nos múltiplos flashbacks, que se confundem com o tempo presente (aliás, entram mesmo por ele adentro), e no final (SPOILER!!), no inferno.)
Takashi Miike tá lá em cima com os Mestres (e não é de agora.)
Mais uma boa review à coisa aqui.
E eu, que tremia, a pensar que o antídoto para as Vomit Girls teria que vir sob a forma dum filme das Olson Twins. Miike devo-te mais uma.
Slaughtered Vomit Dolls – 2006
Sem um pingo de sentido de humor o realizador (segundo o imdb, de nome Lúcifer Valentine, ok afinal há uma pontinha de sentido de humor) resolveu pegar numas moças, que nada tinham para fazer, e pô-las a pedir socorro, a despirem-se, a vomitarem e essas criancices, com o intuito daquilo, por um momento apenas que fosse, soa-se a realismo. Foi no que deu termos sido inundados pela reality tv e youtube. Não que esses meios por si só sejam maléficos, mas fazem muito boa gente acreditar que ao ligar-se uma câmara de filmar ela capta, às três pancadas, a realidade. Pois bem, não capta, ou se a capta é preciso ter olhinho e não chico-espertismo para a ver, filmar e mostrar. No entanto o Sr. Valentine, sabendo bem disso, usa-se dela para nos fazer crer que capta coisas reais, e tem o bom gosto de não nos dar somente imagens chocantes, salpica-as com momentos televisivos de uma menina em terrenos bucólicos (quiçá uma das moças a ser torturada) espalhando ingenuidade infantil ao longo do filme. Esperteza saloia a dele. Mas há mais… e que tal acelerar e desacelerar imagens e banda sonora? E se nos armássemos em David Lynch (até na angelical música final, em andamento inverso, convocam explicitamente o mestre!)? E se o tornasse-mos de tal forma codificado e abstracto? E não é que o fizeram! Mas, puxa vida, mais chapa 4 que este filme é difícil, pois não há aqui qualquer gesto de transgressão artística. É tudo preguiça e ego.
Afinal acabei por gastar muitas palavras com as Slaughtered Vomit Girls mas, terão que concordar comigo, foi mais pelo prazer de o espezinhar.
Bom, agora que venha o antídoto.
Sight & Sound
Na Internet com um pouco de pesquisa nada se torna impossível de encontrar. Tornam-se, isso sim, dispensáveis estes links, mas que se lixe, pode ser que numa pesquisa sobre Sight & Sound Magazine's "75 Hidden Gems: The Great Films Time Forgot" possam vir cá visitar-me e, depois sim, serem reencaminhados para o destino desejado.
Conclusão a tirar da lista e dos filmes: muita barba tenho que fazer, muita sopa a tomar para os poder ver a todos. Só vi sete filmes dali (e só um, Stir of Echoes, não me agrada por aí além) e não acho, de todo, descabido seis deles lá figurarem, se bem que cada cabeça sua sentença. Interessante era ler as linhas dos críticos sobre aqueles filmes, mazólha aguenta-te.
Torre Bela - 1975-2007
Mas acima de tudo o que mais me fascina aqui é o aspecto desse Portugal, aquelas pessoas que o representam (no seu conjunto, pois cada uma delas tem a sua singularidade exposta.) Extremamente bem captado por Harlan que sabe dar voz a várias delas e, consequentemente, tornar comovente aqueles planos de multidão em que cada rosto, ainda que anónimo, é um indivíduo e não mais um número perdido na soma.
Segundo alguns artigos que li este filme tem sido um work in progress para Harlan, tendo já montado diversas Torres Belas, uma delas, a inicial, teria por volta de 4h de duração, e honestamente eu era capaz de passar até bem mais tempo com aquelas pessoas. É muito mais que um “25 of April movie” é um filme de uma época portuguesa, visto por olhos estrangeiros, é certo e por isso, bem mais lúcidos. É uma reposição no nosso circuito comercial mas pelo seu estatuto de work in progress é, por direito, uma das estreias do ano.
sexta-feira, 17 de agosto de 2007
Jailhouse Rock – 1957
quarta-feira, 15 de agosto de 2007
Sono
Woody sobre Bergman (via sound + vision)
Scorsese sobre Antonioni (idem)
E este (via Canta Piriquito Canta)
And then João Pestana (aka Sandman, prós camones) sings la dernier lullabye.
The Haunting - 1963
A Robert Wise nunca foi dado grandes méritos, costumam-no colocar depreciativamente no saco dos tarefeiros (poderão até estar certos pois não vi a maior parte dos seus filmes), mas méritos certamente terá, pois não é qualquer um que sabe tirar tão bom partido de um scope como ele o fez neste filme. Os picados, picadíssimos, e os contra-picados, picadíssimos também, mostra que as experimentações de Orson Welles lhe fizeram efeito(s). Especialmente aqueles planos memoráveis do interior da mansão dos magníficos Ambersons, e claro a mansão de Charles Foster Kane.
Para mim, Wise merece um digno destaque, para o bem e para o mal (foi ele o moço que teve de mutilar a segunda obra de Welles, filmando um horrível happy end, a mando da produtora RKO), pois soube juntar neste filme os ensinamentos de Welles com os mandamentos do produtor de horror Val Lewton (a sua primeira longa metragem foi The Curse of the Cat People, que nunca vi, continuação do genial Cat People de Jacques Tourneur.)
Só por este filme Wise merece destaque?, perguntam-me vós. Não!, vos respondo, o que é que ele fez dois anos depois?
…não necessariamente assim, mas anda por lá.
terça-feira, 14 de agosto de 2007
Polónia
Proponho ao Sr. Roger Corman que (oiça-me bem Sr. Corman, isto é genial) faça um remake do seu The Saga of the Viking Women and Their Voyage to the Waters of the Great Sea Serpent, mas em vez de moças americanas a fazerem de escandinavas leve algumas polacas ao estrelato. Aqui tem as fotos de um cast ideal.
É claro que pode sempre fazer um filme partindo deste título The Wonderful Adventure of the Fighting Jogging Girls. Porra, não pode falhar, é dinheirinho na caixa pela certa. Pelo menos os meus 20€ teria (sim iria ver o filme umas 4 vezes, mínimo.)
Ou então um Persona, mas menos bergmaniano e mais meyeriano (de Russ Meyer, se é que me faço entender.) Não que se possa fazer um filme superior a esse, mas menos rentável não seria.
Pronto… chega de heresias. Que me perdoem todos aqueles que de nome invoquei, pois não merecem estar neste post. Todos os nomes que invoquei e que invocarei já de seguida, pois elas também nada de mal fizeram para aqui estarem. E elas são: Ewa Sonnet (que é estrela pop no seu país, estrela pop! vejam só... e nós aqui aguentamo-nos com a Ruth Marlene), Bea Flora, Ines Cudna, Aneta Buena e Anna Jota. E há mais!... mas se as colocasse aqui seria, na altura devida, julgado por gula.
Agora façam o vosso trabalho e pesquisem-nas na net. Elas não passam despercebidas.
segunda-feira, 13 de agosto de 2007
The Undertaker and his Pals – 1966
Parece que aqui conseguem entrar todos os belos adjectivos que podem vir acoplados a um filme, foleiro, kitsch, baratuxo, etc. Esperem grandes questões ideológicas, diálogos metafísicos, épicos combates, mas esperem sentados e se este for o primeiro de uma sessão dupla com um outro qualquer filme (não importa qual) mais decente. É uma maravilha é o que vos digo. E com moças bem giras. (0.1/10)