Ao contrário da geração de 90 (Spike Lee, Quentin Tarantino, Wes Anderson, Hal Hartley, Larry Clark, etc, que se caracterizavam por ter um cinema extremamente pessoal, cinéfilo, é certo, mas quase intransmissível) esta geração está mais interessada em olhar para o alheamento dos jovens indivíduos como algo trágico (os de 90 não eram tão pessimistas). Apesar disso nenhum deles chega aos limites formais, abstractos e sem ponta de julgamento de um Larry Clark ou um Gus Van Sant, pois estão mais interessados em integrar nos seus filmes um enredo intricado e cheio de complexidades que acabam por se desviar do essencial.
Chris Pratt (Joseph Gordon-Levitt, que já é uma confirmação, é com Jeff Daniels o melhor do filme) foi uma popular figura na sua escola e foi também o culpado de um grave acidente de viação, onde morrem dois seus amigos e deixa mutilada a sua então namorada. Anos mais tarde encontramo-lo incapacitado psicologicamente (tem perdas de memória, não consegue efectuar determinadas tarefas rotineiras, etc) dependente monetariamente, a contra gosto, da sua rica família. Vive com um amigo cego (Jeff Daniels), que é o seu suporte moral diário, e vive à conta de um trabalho de vigilante num banco no meu do nada. Certo dia vê-se envolvido numa complexa trama que envolve um punhado de personagens bizarras, um assalto ao “seu” banco e outras coisas desinteressantes (nota-se claramente que aqui o argumentista Scott Frank se sobrepôs ao cineasta.)
É claramente aí que a minha afinidade com o filme falha, porque a certa altura é forçada a entrada da intriga hollywoodesca (e aqui se vê a clara diferença entre a geração anterior dos independentes e a actual, que muitas vezes, têm a chancela dos grandes estúdios americanos… porque afinal estes filmes sempre têm um mercado.) Numa época em que as reflexões de Gus Van Sant e a implacabilidade moral de Larry Clark ditam regras, aquilo tudo soa-me a conversa da tanga.
É claramente aí que a minha afinidade com o filme falha, porque a certa altura é forçada a entrada da intriga hollywoodesca (e aqui se vê a clara diferença entre a geração anterior dos independentes e a actual, que muitas vezes, têm a chancela dos grandes estúdios americanos… porque afinal estes filmes sempre têm um mercado.) Numa época em que as reflexões de Gus Van Sant e a implacabilidade moral de Larry Clark ditam regras, aquilo tudo soa-me a conversa da tanga.
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